Clareamento em Dentes Despolpados
O equilíbrio estético do sorriso
Foto: Orofacial |
O clareamento dental é um procedimento que vem alcançando um
crescente interesse dos pacientes para uma melhor aparência do sorriso. Um dos
fatores que mais incomodam os pacientes é a alteração da cor da estrutura
dental, que é um fator importante para o equilíbrio estético do sorriso. Quando
nos deparamos com situações em que apenas um ou dois elementos dentais estejam
com alterações de cor a causa mais comum nestes casos é pelo tratamento
endodôntico desses elementos dentais.
O
diagnóstico correto dessas alterações de cor é fundamental para definir o
tratamento mais adequado.
A cor do
dente é determinada pela dentina (Bosch e Coops, 1995) e por colorações extrínsecas
e intrínsecas, como descrito no artigo anterior de clareamento dental. Outra
causa desse tipo de alteração também pode ocorrer devido a hemorragia pulpar e
obliteração total da câmara pulpar em situações de traumatismo dentário, sendo
indicado o clareamento interno.
Em casos de
necrose pulpar seja de origem bacteriana, mecânica ou química devido a restos
necróticos, causará a penetração mais profunda da pigmentação dentro dos
túbulos dentinários que levam a alteração de cor da estrutura dental.
Como
descrito por Natikins (1965), quanto maior o tempo e o grau de escurecimento do
dente, menor a probabilidade de sucesso no tratamento clareador. Dentes
despolpados com escurecimentos recentes são mais fáceis de serem tratados.
O grau de
descoloração do dente está relacionado ao tempo: momento em que a necrose
aconteceu e o início do tratamento (Lasada, A. 1983)
Indicações do clareamento Interno:
- Escurecimento após o tratamento endodôntico
- Escurecimentos recentes
- Escurecimento após necrose
Contra
Indicações do Clareamento Interno:
- Falta de estrutura dental remanescentes
- Dentes que sofreram traumatismo
Cuidados
ao iniciar clareamento dental em dentes Despolpados:
- Solicitação de Rx- tratamento endodôntico
- Análise da estrutura dental
- Condição Periodontal
Tipos de Técnicas para
Clareamento Interno:
Técnica Mediata: (1970)-
Curativo de Demora - Perborato de Sódio + H2O oxigenada cremosa 30V ( Pasta
30%). O paciente vai pra casa e fica com o curativo de demora por 3 a 5 dias.
Técnica Imediata : Técnica
mais segura. Peróxido de Hidrogênio 35% em forma de gel Dual aplicado na
vestibular e dentro da câmara pulpar, ativado por fonte de luz que gera calor.
Clareamento feito em 1 sessão (1hora de produto)
Passos:
- Profilaxia
- Proteção do lábio
- Isolamento absoluto (ou barreira gengival)
- Remoção da obturação
- Confecção do tampão cervical com ionômero de vidro fotoativo (Vitrebond)
- Dosagem do gel
- Aplicação
- Fotoativação
- Tempo de Espera (15 a 20 minutos)
- Fotoativação
- Tempo de espera (15 a 20minutos)
- Restauração provisória
- Três aplicações na mesma sessão de 15 a 20minutos em cada aplicação (2 a 3 sessões).
Efeitos do Clareamento Interno:
Reabsorção Cervical externa- Fatores de risco é o traumatismo
dentário, pois o dente fica mais frágil.
- Extravasamento de peróxido de hidrogênio no tecido gengival
- Difusão direta pelos túbulos dentinários até o periodonto
- Calor(injúrias ao periodonto)
- Defeitos anatômicos. Choquet (1899) relatou que 3% dos dentes apresentavam falha anatômica. Porém, em um outro estudo de 1997 constatou-se que 10 a 25% apresentaram falha anatômica.
- A reabsorção cervical externa depende do tipo de junção cemento esmalte.
- Tipo de “GAP” dentina exposta
- Maior permeabilidade
- Maior extravasamento
O profissional deve levar em consideração
se há tratamento endodôntico no elemento em questão; se houver, a causa do
tratamento (traumatismo; cárie etc); o tempo transcorrido desde o início do
escurecimento e se a alteração encontra-se estabilizada. De acordo com relatos
encontrados na literatura, a longevidade do clareamento interno não é
previsível. Quanto maior for o tempo e o grau
de escurecimento do dente, mais sessões clínicas serão necessárias e
menor será a probabilidade de sucesso no tratamento clareador ( Harrington e
Natikin,1979, Garone Netto,2002).
Bortolatto et al. (2012) descreveu que o
clareamento de dentes não vitais é um procedimento recente, porém apenas por
volta de 1951 que o peróxido de hidrogênio foi utilizado para realizar tal
procedimento. Provavelmente os agentes clareadores agem de forma particular em
presença de diferentes pigmentos. No início a ativação do gel clareador era
feita por meio da utilização de fontes de calor; entretanto, esse procedimento
levava à alta penetração de peróxido, o que resultava em níveis altos de
sensibilidade dentinária, podendo ocorrer até mesmo reabsorções. Daí a
importância da realização de radiografias de rotina.
É fundamental a realização de um correto
diagnóstico e planejamento, assim como o emprego de procedimentos conservadores
e a escolha do material clareador resultando a devolução da harmonia do sorriso
por meio de um método simples e efetivo. Além disso, a preservação do
tratamento é indispensável para a manutenção dos resultados a longo prazo.
No próximo
artigo descreverei sobre remoção de manchas superficiais por meio da técnica de
microabrasão do esmalte.
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