Aparelho convencional x Aparelho autoligado

A evolução tecnológica na busca pela excelência


A ortodontia passa, como toda ciência, por constantes evoluções tecnológicas que buscam aumentar a efetividade da abordagem terapêutica, visando a diminuição do tempo de tratamento, o aumento do conforto para os pacientes e a obtenção da tão almejada, e pouco alcançada, estabilidade em longo prazo. O estágio atual de desenvolvimento tecnológico da ortodontia contemporânea representa, ao que tudo indica, uma fase de transição entre os sistemas convencionais de ligação (com módulos elásticos, popularmente conhecido como borrachinhas) e os chamados sistemas autoligáveis.

Foto: Dra Fernanda Lima
Não há dúvidas de que os braquetes autoligados tem despertado interesse e causado impacto na ortodontia nos últimos anos. Desde os primórdios da ortodontia, têm-se introduzido modificações nos aparelhos ortodônticos com o objetivo de melhorar a liberação de forças e a eficiência do operador, levando conforto, estética e um menor custo biológico para o paciente.

A utilização de fios sem dobras demanda o nivelamento dos dentes e fechamento dos espaços por meio de deslize dos fios nas canaletas. Neste contexto, o atrito, relacionado à resistência ao deslize dos fios pelas canaletas dos braquetes, passou a ser um fator de importante consideração na mecânica e a utilização de um sistema de amarração que gera grande atrito, retendo o dente e tornando incompatível com a filosofia de simplificar o tratamento.

E é por esse motivo que os braquetes autoligados tem recebido um grande destaque na Ortodontia, porque, ao eliminar a necessidade de ligadura (elástica ou metálica), eles eliminam o contato do material de amarração com fio e possibilitam a redução do atrito durante o alinhamento e nivelamento e também no momento do fechamento do espaço.

A ideia de facilitar o deslize dos fios pelas canaletas dos braquetes autoligáveis induz modificações e vantagens clínicas que prometem a simplificação do tratamento ortodôntico, redução do número de visitas clínicas e tempo de tratamento. Portanto, as evidências científicas nem sempre consubstanciam a clara percepção clínica das vantagens desse sistema, no que diz respeito a um menor tempo de alinhamento e nivelamento, uma relativa simplificação técnica, maior conforto para os pacientes, além do aumento da capacidade de tratamento sem extrações- embora essa indicação esteja mais ligada à avaliação do padrão morfológico facial, e menos a qualquer escolha técnica.

Foto: Studio Sorrir

O que muda no diagnóstico?

Nada, pois o diagnóstico precede qualquer escolha de conduta terapêutica. Devemos observar as características morfogenéticas individuais de cada paciente, ou seja, as limitações impostas pelo padrão de crescimento às ações ortodônticas.


E o planejamento? 

Esse sim, pode mudar, pois no tratamento ortodôntico, esses fatores podem incluir um menor número de consultas, atendimento mais rápido, um tratamento mais confortável, procedimentos clínicos mais simplificados para o ortodontista.

Sob essa perspectiva, a ortodontia tem, continuamente, buscado formas de melhorar a eficiência do tratamento, na tentativa de reduzir sua duração e o tempo de consultas. Embora a duração média de tratamento esteja entre 1 a 2 ano, o esforço para reduzir esse tempo persiste. Muitas técnicas e aparelhos- incluindo procedimentos cirúrgicos, aumento da individualização de arcos e braquetes, diminuição na indicação de extrações- continuarão sendo propostos, com o expresso objetivo de promover essa evolução.

Dr Luciano Burrini/ Ortodontista

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